Ser Flamengo é ter alma de herói

"Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnico, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Apresentação

Apresentação

Este site conta às aventuras vividas por mim, na época, um dos líderes da RAÇA RUBRO-NEGRA – o maior movimento de torcidas criado no Brasil –, e por um grupo de amigos, em viagens pelo Brasil e exterior, acompanhando o Flamengo e a Seleção Brasileira em campeonatos, copas do mundo, olimpíadas, torneios e jogos amistosos.

Procurei mostrar, com bom humor, até onde vai a paixão pelo futebol e pelo clube de coração. Todas as histórias são verídicas, sendo que a maioria já foi relatada em jornais, rádio e televisão. Ao recontá-las, tentarei ser o mais fiel possível, recriando aqueles anos incríveis, de memória, com a ajuda dos bate-papos com o Zé Carlos, que acabou ficando encarregado de transcrever o texto para o computador. Infelizmente, somente a partir de 1978 comecei a guardar material impresso sobre nossas aventuras, até porque nunca passou pela minha cabeça que a brincadeira fosse chegar ao ponto que chegou.

Vou falar de gente séria, honesta, que ainda assim é capaz de largar a família e o emprego pela paixão ao futebol. Sem pensar em violência, nem usar o clube para fins eleitoreiros. Gente que, no final das contas, pensava apenas em se divertir, em vibrar, em participar da emoção do futebol através do incentivo. Gente que não tinha vergonha de dizer que pertencia a uma torcida organizada.

O material aqui reunido corresponde a 12 (doze) Copas do Mundo (México 70, Alemanha 74, Argentina 78, Espanha 82, México 86, Itália 90, Estados Unidos 94, França 98, Japão 2002, Alemanha 2006, África do Sul 2010 e Brasil 2014), e suas eliminatórias desde 1967; 3 (três) Copas das Confederações: 2005 (Alemanha); 2009 (África do Sul); 2013 (Brasil); acima de tudo, as viagens com o Flamengo, de 1973 até a presente data para todos os lugares do mundo, Do Iraque à Líbia, passando pelo Zaire, Arábia Saudita, Kuwait, Japão, Trinidad e Tobago, Marrocos , Bahrein, Gabão, Argélia, Angola, África do Sul, Tunísia, USA, praticamente todos paises da Europa, da América do Sul e Central. Só faltou o Flamengo fazer um jogo em Sidney (Austrália) para cobrirmos os cincos continentes. A paixão pelo futebol se estendeu à grande festa do esporte amador, e lá fomos nós para cinco Olimpíadas (Munich 72, Montreal 76, Moscou 80, Los Angeles 84 e Atlanta 96).

Muita gente participou, de um jeito ou de outro, de toda essa "loucura". Gente anônima que, por simpatia ou amor, fez de tudo por nós, torcendo junto, sofrendo junto, arrumando um último lugarzinho no avião lotado ou um quarto baratinho no hotel 5 estrelas. A eles, o nosso abraço e agradecimento por todo o apoio e força nos momentos de sufoco, por esse mundão afora.

Obrigado, de coração.

Francisco Moraes

 

 

MEU AMIGO MORAES

Conheci o Moraes há uns quinhentos anos atrás, em outra encarnação. Talvez fôssemos membros do mesmo clã escocês e brigássemos juntos em batalhas memoráveis na Idade Média. Se bem que um crioulo baixinho e um cara altão iam ficar ridículos correndo pelo mato, de saia. Mas a origem não importa. O que importa é a nossa amizade, esta sim, eterna.

De qualquer jeito, assim que soube do projeto do livro, quis mergulhar de cabeça nele. Não achava, e continuo não achando, que um escritor ou jornalista profissional pudessem manter a autenticidade das histórias que contamos. Se o João  Saldanha ainda fosse vivo, quem sabe eu mudava de opinião...Por falar no João, reviso este livro com "Os subterrâneos do futebol" ao meu lado, para dar inspiração.

Só quem passou por tudo o que passamos pode escrever o livro. Talvez até a qualidade final seja um pouco inferior, mas quem ler vai sentir a emoção que nós sentimos, vai rir do que nós rimos, rir mais ainda do que choramos, e vibrar com as lembranças de gols e conquistas inesquecíveis.

José Carlos Nascimento