Ser Flamengo é ter alma de herói

"Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnico, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Mengão X Jr de Barranquilla na década de 80


Mengão X Jr de Barranquilla na década de 80

Fomos jogar contra o Junior de Barranquilla lá na casa deles, na década de 80.

Torcida: eu e Zé Carlos. Fomos com a delegação, mesmo hotel.

O Presidente era o George Helal e o Vice Jurídico o Michel Assef.

Mengão precisava ganhar ou empatar, nem lembro. Jogo de vida e morte.  

Quer saber? Pergunta ao Dudu Vinicius ou ao Daniel Rolemberg, do Fla Memória.

Na cidade só se falava na porra do jogo. Clima quentão, a tal ponto que o Helal recomendou que ninguém saísse do hotel.

Quem cuidava da logística do Flamengo era os irmãos Lázaros. Marco e Zé que davam total atenção pra “torcida”.

Pois bem: dia do jogo. Corria um zunzun que a Máfia tinha “dado ordem” pro time dele ganhar e... COMPRAR O JUIZ.

Por coincidência, o juizinho ladrão tava no mesmo hotel da gente, único cinco estrelas da cidade.

Gente, se não me engano o ratão era um argentino. O cara tinha escrito na testa: sou um ratão. Tinha passaporte como ratão, descontava o Imposto de Renda, como ratão. Já viram, né?

Veio a ordem da Direção pros irmãos Lázaros. “RECOMPREM” a porra juiz, o que foi feito. Jogo nosso, Juiz na mão.

Fomos pro estádio. Clima de Copa do Mundo. A “torcida” no ônibus da delegação.

Entrada do estádio. Um corredor polonês. A Policia protegendo a gente.

Geral entrou levando meleka nos ombros. Pipoca, cerveja, latinhas, garrafas. Os caras jogavam tudo. O pau comeu.

Jogo. Num lembro bem, mas parece que fizemos 1x0, eles empataram, nós fizemos 2x1, ou foi o contrário. Eles fizeram 1x0, empatamos e viramos. Num lembro.

E o ratão fazendo media. Uma faltinha pra gente duas preles... O filho da puta num queria confusão. Dindin no bolso dos dois lados e...

- Zé, esse filho da puta vai aprontar, espera...

- Tô vendo, tô vendo. Vai ser foda.

Último minuto da partida, 2x1 pro Mengão, último lance e ele marcou um pênalti maroto contra a gente. Num houve nada. O atacante deles se jogou como se fosse o ex-governador Sérgio Cabral num balde de dindin... Priiiiiiiiiii. Pênalti...

A torcida deles em êxtase. Nossa torcida puta.

No nosso banco de reservas o mundo caiu. O Michel Assef berrava:

- Esse filho da puta maricon foi re-re-recomprado. Vou matar ele;

 O Helal espumava de raiva. Os irmãos Lázaros fazendo planos pra matar o cara. Comoção geral.

Pênalti marcado. Confusão total no nosso banco de reservas. Torcida deles vibrando, cantando. Nossa “torcida” desolada. O Zé xingando o Juiz, os irmãos Lázaros, o Helal, o Michel.

- Seus filhos da puta, cês num tiveram competência nem pra comprar a porra do Juiz... Geral com cara feia. Eu putaçooooooooooooo. Um caos.

Pênalti. O jogadorzinho de merda deles vai pra marca do cal. Olha pro meu goleiro, o Fillol. Juizinho ladrão apita, o cara corre pra bola, bate, e...

Galera, o Fillol se adiantou 330 metros. Quando o cara chegou na bola o Fillol já tava no nariz dele. O cara bateu e a bola pegou no joelho do meu goleiro. Num tinha como marcar o gol, num tinha.

O pau comeu de novo. Sabe o que o Juizinho ladrão fez? Piiiiuuuuuuu. Apitou o final do jogo.

E pra sair do estádio? Conseguimos, voltamos pro hotel. Vitória nossa.

No hotel os Lázaros foram pra cima do Juizinho ladrão e sabe o que ele falou:

“No reclama, no reclama. Era para mí mandar repetir porque el Fillol se adelantó y no lo mandé.”

Resultado. Vitória nossa e o Juizinho ladrão saiu com o bolso cheio de dindin.

É mentira? Liga ai pros citados. Tão todos vivos. Duvido que desmintam.

Na moral. Essa porra é que tá me fazendo pensar em ir vê o jogo lá, no dia 30. Na real. Pilhado nada, nadica pelo torneiozinho de merda que eu odeiooooo,  mas...

Só pra lembrar os bons tempos que num voltam mais.

Só pra lembrar essas “histórias” de Flamengo que vou deixar pra sempre pruncês.

X – X – X

Ingressos pro jogo de lá (dia 30).                                                                                          

Eu tava imaginando umas 30 pessoas, certo?

Errado. Hoje recebi um pedido de 40 ingressos, sabe de quem? De Bogotá. Tem uma cabeçada querendo ir.

Atenção Marketing, atenção.

No jogo deles daki, oferece COMO RECIPROCIDADE, uns 150 ingressos a preço bom, tipo 10 dólares e lá pede igualdade.

Pelo amor de Deus, nem cobra esses preços absurdos porque lá eles vão fazer o mermo.

Viagem cara pra caralho. Só a passagem ta custando 1700 paus, mais estrutura (hotel, comida, taxi). 2 contos  e blau.

Por favor, meu Povo num tem mais de onde tirar dindin. Por favor.

Outra coisa: faz o mesmo eskema que fizemos pro Chile. Foi perfeito.

O boneco paga os 30 contos aki, manda o nome, lista na mão do Yuri e recebe o ingresso lá. Perfeito.

Nada de ingresso “di grátis”, sem chance. Comigo num rola, mas, por favor, facilita ao máximo essa porra.

Presidente Bandeira, apelo pro Senhor. Nem tô pedindo, tô implorando. Fico de joelhos meio dia, em plena Av.Brasil, sexta-feira, tá bom?

Help!

Se eu vou? Tô com problemas no... Bolso. Tá com Gastrite. Tudo que entra lá vomita, puta que pariu.

Só se esses putos caloteiros que me devem, pagarem...

Quê? A lista dos devedores?

Ei, aki num tem amarelada não. Aki eu mato o pau e mostro a cobra.

Caloteiros: Zico, Dekko Roisman, Mario Maluco, do Palaphitas, Dudu Vinicius, Daniel Rosenblatt; Guilherme Nogueira, Luisinho, Mark Rosental, Michel Temer, Leo Neves, Gorô, Ruy Castro, Vuvuzelas I e II, Leo Neto, Pedro Saija, Mario Cruz...

Fiodumaeguas.

Valeu

Moraes

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