Ser Flamengo é ter alma de herói

"Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnico, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Bora falar de Libertadores.

Bora falar de Libertadores.

                              Bora falar de Libertadores.

Saiu o sorteio e como sempre: “moleza, a Libertadores mais fácil de ganhar”.

O Bento Miguel, lá de Nikiti já comprou passagem pra Montevidéu, dia 20 de novembro.

Ô bunitão, num tem moleza em Libertadores e esse é um motivo de termos ficado 37 anos na geladeira.

É guerra. É pau. E na fase de mata-mata errou, ta morto.

No primeiro jogo será dia 14 de julho em Buenos Aires, provavelmente ainda sem público.  Uma pica.

Se jogar LIBERTADORES ganha. Se jogar esperando moleza... (Toc.toc.toc.).

Poxa, e a final será no Estádio Nacional em Montevidéu. Lembra alguma coisa?

Seria épico jogar e ganhar lá, pra reviver 81.

Seria épico reunir akela galera em pleno estádio donde ganhamos a primeira Libertadores.

Viagem épica. Num é como hoje que em você tem duzentos vôos a preço barato.

Pra quem num sabe: 46 malucos se reuniram no Belini. Buzão. Rio-Sun Paulo-Atravessou todo o Sul do Brasil-Cortou a Argentina ao meio. Subiu a Cordilheira dos Andes e chegou a Santiago as 8 da noite do dia do jogo, que era as nove.

Essa galera levou porrada na arquibancada e o time em campo. Perdemos de 0x1.

Fomos EXPULSOS do estádio. Literalmente EXPULSOS na base da porrada. Voltamos, subimos novamente os Andes, chegamos em Mendonza, de lá direto pra Buenos Aires.

Lá o Chefe (Claudio Cruz) XORANDO: “quem tem dinheiro ou pode conseguir segue viagem. Quem num tem volta pro Brasil”.

16, SÓ DEZESSEIS continuaram. BALSA de Buenos Aires pra Colônia, no Uruguai, de lá de rodoviária inté Montevidéu. Chegamos na véspera do jogo.

JOGO. MENGÃO CAMPEÃO DA LIBERTADORES. O SEGUNDO GOL DE FALTA, DO ZICO É O GOL DA MINHA VIDA.

Cabô o jogo. Meia noite. Corre pra rodoviária de Montevidéu. Pega um buzão inté o Chui, fronteira. De lá, outro buzão inté Porto Alegre e de lá um avião pro Rio.

Ninguém aguentava mais. Acabô? Nada. Chegamos 3 da manhã de quinta feira, durmimos e as 5 da tarde todo mundo no Belini pra ir pra Volta Redonda vê Mengão sapecar o Voltaço de 5x1 e ganhar a Taça Guanabara.

Moleza né?

Seria épico reunir novamente o Chefe (Claudio Cruz), Lucio, Toninha, Ze Carlos e os 9 (que num lembro). Dois tão no céu: Gustavo Vilela e Marquinhos Neguinho.

Só me resta sonhar. É di grátis.

Quem num sonha num vive.

É esperar que Mengão me dê essa alegria.

Valeu

Moraes

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