Ser Flamengo é ter alma de herói

"Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnico, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

E o que sobrou do macarrão azedo de hoje.

E o que sobrou do macarrão azedo de hoje.

                  E o que sobrou do macarrão azedo de hoje.

Duas coisas.

- Falei o que podia acontecer no Pré Jogo. E aconteceu. Reler.

- Vou escrever não. Transcrevo a matéria do nosso Roberto Assaf, que assino embaixo.

   

“Inter põe um Flamengo ridículo de quatro em pleno Maracanã

O Internacional fez 4 a 0 no Flamengo, no Maracanã, com três gols de Yuri Alberto. Resultado evidente diante do comportamento (muito) distinto dos times. Mas vamos lá. Ontem, se você não sabe, o Confiança, até então lanterna da Série B, meteu 4 a 0 no Náutico, que continua líder do campeonato. Futebol é assim. Primeiro tem que ganhar. Depois, aí sim, comemorar.

Aliás, você que é jovem, e não viu o time de Zico jogar, saiba que há quase 40 anos, diante de um Maracanã com 100 mil pessoas, o Flamengo perdia de 2 a 0 para outro gigante do futebol brasileiro, o São Paulo, ao fim do primeiro tempo, e como hoje, sem ver a cor da bola, por desleixo e presunção. Mas arrumou a casa no intervalo e virou o placar na etapa derradeira de maneira espetacular. A diferença daquele time, quase todo fabricado na Gávea, e o atual, é essa. A seriedade e a cobrança geral raramente permitiam que o time escorregasse. Não é à toa que o da década de 1980 foi campeão mundial, e esse jogou tal oportunidade no ralo, em 2019, sem muita consciência do que fez.

O Flamengo começou certo que já vencera o jogo, tentando escolher apenas como marcaria os gols, e quando percebeu que havia um adversário, já perdia por 1 a 0, na conclusão de Yuri Alberto, aos 18 minutos. Pior: por detalhe não levara o segundo, pois o mesmo atacante desperdiçou excelente oportunidade, logo em seguida. Depois de acompanhar futebol por mais de meio século, como esse que vos escreve faz, não é difícil prever tragédias. Em se tratando de Flamengo então, nem se fala. O Rubro-Negro não lembrava aquele que derrotou o Corinthians com impressionante facilidade, domingo passado, algo pouco comum no futebol. Não há nada de normal em massacrar um gigante. Já o Internacional era um time distante daquele que iniciou na zona do rebaixamento. Tanto que continuou fazendo uma partida correta sob o aspecto tático, defendendo com eficiência, e sabendo aproveitar as falhas primárias e freqüentes da zaga adversária, que reapareceram aos 40, quando Patrick rolou para ele, Yuri Alberto, fazer 2 a 0.

Ao contrário do comentário da TV, o Flamengo não estava “jogando muito bem”, pois se assim fosse não estaria perdendo, sem contestação, por 2 a 0. O time carioca, na realidade, só caiu na realidade, ou no desespero, quando notou que a vantagem gaúcha era efetivamente evidente. Muitas reclamações sem qualquer sentido, a prova de que emocional havia sido desmontado.

De qualquer forma, muita expectativa no intervalo para conhecer o comportamento de cada equipe na etapa final. Mas a bola rolou, e dez minutos, tempo suficiente para esboçar uma reação, ficou claro que a moleza rubro-negra era geral, e Taison, sem muita dificuldade, enfiou 3 a 0. Diante do quadro, o Flamengo decidiu tumultuar o ambiente, para quem sabe jogar a culpa na arbitragem, talvez o recurso mais antigo do futebol. E quando a coisa começava a se arrastar, o Internacional enfiou o quarto gol, com Yuri Alberto pela terceira vez, para acabar de vez com qualquer desculpa que cartolas e jogadores rubro-negros pudessem dizer que o “futebol brasileiro é uma várzea”.

Pois é. A euforia havia chegado um nível absurdo, alcançada com goleadas consecutivas, que na prática não representaram nada além de três pontos obrigatórios, e o desastre poderá até ter alguma utilidade para o que vem pela frente. Poderá também arrancar o Internacional do buraco que parecia cavar. Afinal, não é todo dia que o Colorado mete 4 a 0 em Renato Gaúcho, no jogo de hoje uma espécie de Grêmio carioca, levando-se em conta apenas a fase atual do tricolor do Rio Grande.

Roberto Assaf”.

 

Valeu

Moraes

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