Ser Flamengo é ter alma de herói

"Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnico, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Mengão X Vascu Safudo – Pré Jogo.

Mengão X Vascu Safudo – Pré Jogo.

                                 Mengão X Vascu Safudo – Pré Jogo.

Gosto de jogar contra eles. Adoroo ganhar deles. Pela zuação. Pela sacanagem.

 É bom encontrar o português no dia seguinte na eskina e sacanear.

Quando tu perde sofre com a gozação. É do jogo, ué.

Cês sabem que adoro o karioketa. Pela tradição. Pela minha infância e adolescência.

Tenho muitas alegrias e grandes tristezas.

Digo aki em alto e bom som. Em 81, nakela final de três jogos que perdi as duas primeiras e ganhei a última, entre ser CAMPEÃO CARIOCA EM CIMA DELES, ou Campeão do Mundo, eu preferia a primeira opção.

Pruncês entenderem como era a rivalidade.

Hoje é diferente, muito diferente, mas nakela época o bicho pegava.

Duas derrotas preles que me marcaram. Uma perdendo título com um gol do Marquinho de cabeça, um jogador deles que tinha um metro e meio e a outras nakele maldito gol do “Cocada”.

Já inté contei aki. No dia seguinte da derrota a pista de dentro da Atlântica fechou. Tinha setenta e cinco carretas carregadas de “cocadas” pra mim. De todos os sabores. De coco, melancia, peixe frito, meleka de índio... Puta que pariu.

Que Mengão amanhã me faça feliz com uma bela vitória.

Bom jogo “pranois”.

X – X – X

Essa é dos anos 70/80.

Fui com o Zé Carlos de Niterói prum desses torneios caça nikel na Espanha.

Como sempre, pouco dindin e camisa do Mengão pra vender.

Fomos pela gloriosa PLUNA, que vuava segundas, quartas e sextas pra Madrid e voltava nos dias ímpares.

Num lembro a cidade: Cadiz ou Valencia, sei lá.

Ganhamos e tínhamos que voltar correndo porque Mengão jogava na quarta. Duraços.

Nakela época eu num “pagava” trem na Europa. Era “calote” mesmo. Entrava, mudava de vagão, o fiscal apertava descia na primeira estação, esperava outro trem, um inferno. (meu amigo, o jornalista Renato Mauricio Prado sabia da parada e morria de rir com minhas peripécias).

Pois bem, chegamos em Madrid na segunda, dormimos no aeroporto, fome cão.

Nosso voo era à noite de terça, fomos comer alguma coisa. Dindin contato pro macarrão.

Sentamos e na mesa do lado tinha um casal comendo uma “paelha” (frutos do mar).

Manjar dos Deuses principalmente pra quem tava duraço. Coisa de cinema. Cada camarão deste tamanho Ó... Parecia umbigo de anão recém-nascido...)

Água na boca...

- Bora?

- Tá maluco? Nosso dindin num dá...

- Dá sim. Tenho algumas pesetas, juntando tudo, dá pra comer... Se num der a gente desenrola, ué;

- Zéééé???

- Bora kagão, deixa comigo...

Pediu a porra. Comemos a porra... Suculenta...

Na hora de pagar faltavam uns 10%, fora a caixinha do garçom que era obrigatória.

Deu uma merda. Se num fosse a camisa do Flamengo teríamos ido em cana...

Grande Zé. Tá no céu. Passamos momentos geniais por aí.

Hoje penso: como posso reclamar da vida, se a vida me deu tudo?

Faria tudo de novo, sem pestanejar.

Valeu

Moraes

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